Escapadelas

Escapadelas


Joá salpica o matrimônio com britânicas escapadelas.
Pistas? jamais!
Naquela tarde, devidamente programado, ligou para a
esposa, Deize Margarida:

– Oi mor...

– Fala, meu bem.

– Como foi o trabalho?

– Tudo bem, a não ser pelos peidos do chefe...

– Que desagradável, mor...

– Tudo bem, gente fina finge não notar.

– Vou chegar tarde hoje, mor... reunião de emergência.

– Nosso cineminha fica pra amanhã, Joá?

– Você é demais, Deize Margari, se ficar com soninho, não me espere, tá?

– Então vou visitar minha amiga que perdeu a mãe, coitada.

– Isso, Deize Margari! divirta-se.

– Meio difícil, hmm ?

– Tchau, mor.

– Tchau, benhê!

Joá e a namorada nova vão pro motel campestre de sempre. 
À meia noite um mega-assalto surpreende os casais, não sobrando calcinha ou cueca que lhes cobrisse o sul do equador...
Todos pelados, porteiros, seguranjças, gerente, dono,  seguranças, camareiras, faxineiros, cozinheiros etc.
O proprietário ligou pro amigo, dono de loja de uniformes.
Rapidamente, esse amigo envia-lhe um lote de uniformes cor fúcsia, que estava mesmo encalhado. Tinham sido encomendados por uma casa de massagens, que fora fechada pela polícia por tráfico de drogas, antes dos uniformes serem entregues e pagos.
Os peladões vestiram-se de fúcsia, devidamente logotipados:

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Cobra de Cleópatra *****
   massagens especiais
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E cada uniformizando se mandou pro sacrossanto recinto do lar, lugar onde até mesmo infernais labaredas podem transformar-se em roliços carvões pra churrasqueira.
Joá despacha a namorada by táxi e, trêmulo, venta pra casa. Entra silente feito gato e, antes de subir a escada da garagem pro andar de cima, soca seu uniforme no baú de ferramentas. Dentro do mesmo baú, vê um outro uniforme fúcsia, também logotipado quase igual ao seu. Quase, porque, ao invés de jaleco e calça, o dito compunha-se de jaleco e saia justa...



claudia pacce